Candidatos a Guarda-Nocturno em Benavente, não acolhem apoio da Câmara Municipal.

Publicada por Unknown | quarta-feira, novembro 21, 2012

Um munícipe de Benavente quer ser guarda-nocturno no concelho porque não tem emprego e já tem a ajuda de outro ex-segurança privado e outros cinco amigos estão interessados na actividade para vencerem o desemprego. A câmara está a analisar a proposta.

Edição de 2012-11-22
 
Kennedy Santos está desempregado e viu uma oportunidade na actividade de guarda-nocturno para criar o seu próprio emprego numa altura de crise. Com formação em segurança privado, que já exerceu, Kennedy juntou-se com um colega da mesma área, Ricardo Clemente, e fizeram uma proposta à Câmara de Benavente para fazerem a vigilância no concelho.
A autarquia está a analisar o pedido e terá, se licenciar a actividade, que definir as áreas de intervenção de cada guarda. Benavente já teve guardas-nocturnos há mais de uma década e a falta de emprego podem levar ao regresso desta figura no concelho. O presidente do município, António José Ganhão (CDU), diz que os profissionais foram desaparecendo e não havia ninguém interessado em continuar a actividade.
“O meu objectivo é criar o meu próprio posto de trabalho e ajudar a melhorar e reforçar a segurança no concelho que tem sido palco de cada vez mais assaltos. Sei de muita gente que já nem sequer participa os roubos à GNR porque acha que não vale a pena”, esclarece Kennedy Santos, 38 anos, residente em Porto Alto e que possui várias formações em segurança privada. E acrescenta que já tem mais cinco colegas que estariam dispostos a aderir a este projecto, que para ser rentável precisa que a área de actuação seja alargada a toda a área do município. Cabe agora à autarquia decidir se aceita tal situação mas para já não está inclinada para essa possibilidade.
As remunerações dos guardas-nocturnos vêm de quotas pagas pelos moradores e comerciantes que solicitarem o serviço. Em média a vigilância de um apartamento pode valer entre 3,5 a 5 euros mensais, enquanto os estabelecimentos comerciais já pagam mais de 15 euros. Mas existem outros serviços associados a esta profissão. “Se uma pessoa precisar de um medicamento a meio da noite também podemos ir buscar”, acrescenta Kennedy Santos.
 
O presidente da Associação Socioprofissional dos Guardas-Nocturnos, Carlos Tendeiro, esclarece que as áreas de intervenção definidas devem permitir que seja possível efectuar uma ronda por hora em cada casa ou loja e permitir uma resposta em menos de cinco minutos em caso de urgência. “Na maior parte dos casos, as juntas e as câmaras dão um pequeno subsídio ao guarda-nocturno senão é muito difícil conseguir ganhar sequer para o gasóleo que se gasta”, esclarece. Kennedy Santos trabalhou durante 18 anos como segurança privado em bares e discotecas, mas explica que as empresas já o consideram demasiado “velho” para exercer a profissão.
 
Para já o presidente da câmara vai solicitar a colaboração da GNR para identificar as áreas mais problemáticas do concelho. Em todo o país existem cerca de 300 guardas-nocturnos em actividade e na área de abrangência de O MIRANTE, existem profissionais licenciados nos concelhos de Cartaxo, Entroncamento, Santarém e Vila Franca de Xira. Os guardas deslocam-se em veículos próprios identificados e estão sempre em contacto com as autoridades locais. Usam bastão curto, rádio de comunicações, apito e algemas. Se tiverem formação específica podem ainda usar arma de fogo e armas eléctricas como meio de defesa.

Em: O Mirante

Nota da ASPGN
As declarações feitas por esta associação não correspondem ao que foi escrito, uma vez que são poucas as Câmaras Municipais que contribuem com os Guardas-Nocturnos, mas sim que seria de bom tom a próprias Câmaras Municipais contribuirem com os Guardas-Nocturnos, como qualquer pessoa singular ou colectiva, sendo de igual interesse as juntas de freguesia apoiarem a actividade, pois assim estariam a contribuir para o reforço da segurança da sua freguesia.